ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DO DIA 31 DE JULHO DE 2013
No dia trinta e um de julho de
dois mil e treze, às dezessete horas e trinta e oito minutos, no auditório
Fernando Leite Mendes, na sede provisória da Secretaria Municipal de Turismo,
teve início a terceira reunião ordinária do Conselho Municipal de Cultura de
Ilhéus, com a seguinte pauta: 1. Anuncio da Comissão Organizadora da III
Conferência Municipal de Cultura; 2. Leitura e apreciação do Regulamento da III
Conferência Municipal de Cultura (Artigo 6, inciso II, do Decreto 068/2013, de
16/07/2013); 3. Resultado da Reunião da Câmara de Patrimônio com a SECAD sobre
o Arquivo Público João Mangabeira; 4. Metas do Conselho Municipal de Cultura
para 2013; 5. Parceria com o Centro Estadual de Educação Profissional; 6. O que
ocorrer. A reunião foi aberta com a leitura da ata do último encontro pelo
presidente Romualdo Lisboa. O Conselheiro André Rosa sugeriu uma modificação na
denominação do Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus e o conselheiro Paulo
Atto disse que “buscaria” uma solução para o problema apresentado na reunião
anterior ao invés de “encontraria” como foi colocado. Romualdo Lisboa sugeriu
que fosse suprimido o item de pauta da Leitura do Regimento da Conferência já
que o mesmo seria lido durante a conferência e poderia sofrer alterações
somente na mesma, o que foi acatado pelos demais; Paulo Atto, Secretário de
Cultura, solicitou a entrega de dois documentos antes dos encaminhamentos dos
demais itens de pauta. André Rosa, antes que o Secretário de Cultura entregasse
os documentos, questionou sobre o repasse financeiro do Fundo Municipal de
Cultura pela Secretaria da Fazenda; Romualdo Lisboa justificou que o município
de Ilhéus vem enfrentando sérios problemas e que o mesmo estava falido,
salientando que a Secretaria de Cultura não tem orçamento e com a perspectiva
de não ter recursos este ano e indagou para os demais presentes que tipo de
abordagem o Conselho de Cultura deveria fazer. Disse ainda que há uma
contrapartida longa que o governo precisa repor. Segundo o Secretário de
Cultura, Paulo Atto, “como a secretaria foi criada precisa de uma procuradoria
que responda pela SECULT. Quando a lei orçamentária foi aprovada, foram
transferidas as obrigações e os recursos. A FUNDACI sempre viveu com o pires na
mão. O que vislumbramos o momento em que nós estaríamos livres desse caminho e
desse pires. O dinheiro do fundo é para fomento.” Romualdo Lisboa propôs criar uma
comissão para encontrar com Secretário da Fazenda e com o Prefeito. A
Conselheira Marialva Monteiro perguntou como a Secretaria iria fazer a
conferência sem dinheiro? Paulo Atto respondeu: “Pedi ajuda a amigos, deputado,
etc.” Iara, atriz de teatro disse que “a comissão a ser criada precisa propor
ações mais efetivas exigindo transparência, a gente tem PPA, o plano é pra dez
anos, maravilha! Que a gente veja um mecanismo de transparência. Precisamos
publicizar as ações. Para a cultura é transparência.” Romualdo Lisboa informou
que o portal da transparência é Lei. A conselheira Fabiane Ribeiro, Binha, que
nós vamos fazer o PPA. Jocélia Kaffer, suplente da Câmara de Literatura,
perguntou ao Secretário Paulo Atto se ele já tinha dado um prazo para o
prefeito já que afirmou que ele tinha um prazo para que todas as coisas na
cultura acontecessem. Paulo Atto informou que “caso não haja orçamento para as
atividades do PPA eu sairei. Vocês não terão a mim como secretário no próximo
ano.” Romualdo Lisboa a gente não pode parar a Cultura pois consideramos
estratégica para o município. Eles precisam entender o que tem daí para frente.
O convidado Adrian Flores disse que precisamos nos organizar; Pitágora Luna,
suplente da Secretaria de Cultura afirmou que “nós, artistas, perdemos um grande
momento que foi a PEC 150 durante as manifestações que ocorreram no Brasil e na
Bahia.” Eduardo Regis, conselheiro da Câmara de Cultura Afro, disse que “esse
momento, sindicatos unidos, reúne Ilhéus, questão orçamentária; há uma
contraposição; a questão cultural precisa estar presente, o conselho precisa
ir. Dia seis precisamos estar na Câmara fazendo protesto.” Romualdo Lisboa
falou que o “CMC tem estatuto pra todo
mundo ler; quais as funções, atuação, não é sindicato; CMC é intermediador.”
Maria Helena, membro da Câmara de Patrimônio Cultural que “a divulgação da
conferência está péssima, a comunidade não está sabendo. Senão corremos o risco
de ter uma conferência esvaziada, precisamos ter freqüência.” Jocélia Kaffer disse:
“Fechando a fala do Secretário fiquei preocupada com questão de prazo sob
pressão; pra ter resultado a gente precisa ter prazo; eu estou esperando uma
resposta sua, quando eu pergunto prazo eu quero resultados.” Paulo Atto
respondeu a Jocélia Kaffer: “Os índices não foram criados por nós” e depois a
Maria Helena: “Existe uma pessoa convocando pessoas e grupos.” O presidente
finalizou o debate e falou sobre o próximo ponto de pauta sobre a reunião da
SECAD com a Câmara de Patrimônio. O conselheiro André Rosa, titular da referida
Câmara, informou que não conseguiu contato com o Secretário; estava com outras atividades
e não teve condições de fazer a reunião, assumiu a culpa pela negligência e se
propôs a agendar uma reunião com o Secretário de Administração Ricardo Machado.
O Secretário de Cultura disse que iria intermediar a questão. O dançarino e
professor Alexandre Batista Reis que agentes culturais “não sabem escrever um projeto, não sabem ler
uma lei, eu sou um artista, o baiano não estréia; como artista, como célula
inicial, o que é que é o meu trabalho; antes do conselheiro é preciso entender
o que é que você faz como artista; você procura Pawlo Cidade, Romualdo Lisboa, para
construir um projeto artístico. O CMC deve criar um curso não só de três dias e
sim mais longo.” Romualdo Lisboa disse: “Eu concordo que os produtores precisam
de informação, elaboração, gestão de projetos. Mas, é papel do CMC formar
artistas? O papel é entender que há um anseio, o CMC não pode estar a serviço
dos artistas, cultura não é somente arte. Temos que propor políticas públicas, não
executá-las. A gente não pode criar política pública somente para artista.”
André Rosa declarou que há “coisas muito sérias por conta de equívoco de
pessoas que não tem a mínima dimensão sobre a cultura; ou há competência ou não
há competência; olham o próprio umbigo. Sem citar nomes.” Nádia Akauã, segunda secretária do CMC disse: “Eu
me sentia um peixe fora d´água; o Conselho Estadual de Cultura é formado de
“imortais”; tem gente com mais de dezoito anos de mandato; a gente precisa
começar a compreender o que é coletivo; um pode ajudar o outro; não precisamos trazer
gente de fora para justificar recursos; essa história de que santo de casa não
fazer milagre tem que acabar; cada cabeça é seu mundo; cadê o respeito das
culturas que estão presentes? Falam tanto de cultura, mas, esquecem das
comunidades tradicionais. Temos que contribuir para um mundo melhor. Não saber
fazer projeto é um fato. Cultura é mais além. Eu sinto que outros atores do
campo não participam das discussões e eles também têm dificuldades de fazer
projetos. É preciso criar um sistema de colaboração. Outras pessoas podem
contribuir. Quem são os atores culturais? Ilhéus é referência em todo lugar. O convidado
Paulo Emílio afirmou concordar com
Romualdo e com Alexandre, como sugestão de cobrança para o Secretário. “Temos
diversas possibilidades e o turismo só vai crescer quando olharmos para dentro
da comunidade e vir seus atrativos: bumba-meu-boi, pescador, marisqueira.” Marialva
Monteiro, titular da Câmara de Audiovisual perguntou se a programação da
conferência iria estar no blog e o conselheiro Pawlo Cidade disse que sim. A companheira
Jocélia Kaffer considerou a fala de André Rosa um desabafo. Disse ainda que
assinava embaixo as falas de Alexandre Reis. “Ele foi vítima, se apaixonou pela
‘mariposa’” e chamou a atenção para as competências técnicas de Alexandre Reis,
afirmando ainda que o mesmo “foi infeliz na associação de ideias.” Paulo Atto
solicitou a palavra e declarou que concordava Romualdo Lisboa afirmando que “nós
devemos entender em que espaço a gente está. Como posso dirigir nossas ações
enquanto conselheiros.” Depois falou da realização de um curso de Turismo
Cultural, com foco no patrimônio cultural. Disse ainda: “Vocês precisam ficar
atentos para esta política pública de cultura. Este Sistema não é para nós.
Cultura não é só arte. A arte pela característica própria dela não interessa a gestão.
A tarefa da arte é tornar a realidade impossível. Os artistas precisam entender
em que contexto eles estão. Sou crítico aos editais. Tenho minhas críticas
ferrenhas. Primeiro se criou o mecanismo e depois foi-se preparar as pessoas. A
SECULT se exime do julgamento. Ela entrega a cinco pessoas a tarefa de aprovar
projetos. A SECULT enquanto órgão gestora precisa se envolver mais na avaliação
dos projetos. Percebam a ideologia, a estrutura. Os artistas estão na República
de Platão. Nós vivemos o momento de editais. Se tivéssemos editais a trinta
anos atrás o que seria de Denise Stoklos?” Mestre Ney, titular da Câmara de
Cultura Afro argumentou que concordava com a lei do edital, “mas acho que não
deve ser a única. Eu pedi a palavra para falar do questionamento do amigo
Alexandre Reis que fez parte do curso de elaboração de projetos e identificamos
que os três dias do curso não seriam suficientes e sim trinta dias para
orientar os projetos.” Ele disse ter dado assessoria para outras pessoas. Em
seguida completou: “Como o êxito não foi tão grande, esperávamos mais; todos
nós estávamos “contritos”. Enquanto gestores tínhamos um plano. Queríamos a
sustentabilidade para as leis necessárias, focamos na parte jurídica; na
reformulação do conselho, na lei de criação do fundo, no PMC, do SMC e
conseguimos. O SMC está emperrado, mas, está pronto. Nádia foi feliz. Ao
afirmar que santo de casa não faz milagre. É preciso união, não o embate, para
brigar contra o sistema, não contra nós mesmos. A questão da formação era uma
das nossas preocupações. Quanto tivéssemos o SMC pronto iríamos trabalhar na
formação. Cada edital tem sua linguagem própria. Tivemos várias cursos de
elaboração de projetos. Tínhamos e temos a preocupação de formar. Concordo com
Paulo Atto não tem que ser obrigado a fazer projeto. Tem que desenvolver sua
arte. Não é obrigado a entender da política de editais. Daqui por diante a
gente precisa propor uma ação permanente não só na área de captação de recursos
mas de conselheiros.” Geraldo Lavigne sugeriu a criação de uma equipe de
transição para formar os futuros conselheiros.” Romualdo Lisboa salientou que “a
política de editais é uma cilada. Nós artistas entramos numa cilada. O que é um
conselho de cultura? “Alguns projetos vão ser aprovados, outros não.” Maria
Helena falou dos pontos de convênio com estagiários para o CMC; Romualdo Lisboa
chegou ao último ponto de pauta explicando o porquê do CMC ser indiciado por
responsabilidade no fechamento da Biblioteca Pública Municipal. Esclareceu que
o conselho não é pessoa jurídica. Não tem CNPJ e não pode ser indiciado. Mas
continuará réu até o fim do processo. O que o CMC podia fazer, foi feito. Mestre
Ney fez uma solicitação para que a atual diretoria informasse ao Ministério
Público que o CMC agora possuía uma nova diretoria e que toda a documentação
referente ao processo da Biblioteca Pública fosse encaminhada para a mesma. Não
havendo mais nada a declarar, eu, Pawlo Cidade, Secretário Geral do CMC, assino
esta ata com todos os demais membros presentes.
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